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O pior choro é o da saudade. Descobri que por ironia do destino ninguém parece ser realmente capaz ou merecedor de ter quem se ama por perto e para sempre. Não sou uma senhora de setenta anos e mas também não digo que não sei nada da vida. Por tudo que já passei, constatei que não importa a sua dor, não importa se vc está triste ou sente a falta de alguém; pode ter certeza que milhões de pessoas estão sorrindo, felizes e esse alguém que vc sente falta está muito bem acompanhado e sim, estão ocupando seu lugar. Não acredito que haja substituição de pessoas, afinal pessoas não são objetos, mas creio que haja substituição de cargos. Se ontem alguém te fez rir, hoje outro alguém te fará rir o dobro. Muitas vezes prometemos amar alguém pra sempre, prometemos pra nós mesmos nos dedicar, proteger, fazer feliz mas como eu disse anteriormente: o destino julga-nos incapazes de realizar essas tarefas e ainda impede a reciprocidade. Eis que nasce o vazio, o impreenchível buraco que possui a sua tampa que é comprovadamente insubstituível! É em vão tentar usar outras parecidas. Nada adianta. Eu não chamo isso de amor, eu chamo isso de dependência. Uma dependência que surge a partir do momento em que quer-se agradar e não obtem-se êxito. Quanto mais se tenta, menos se consegue e esse ciclo torna-se vicioso e consumidor sem que tenhamos uma defesa pronta. Eu chamo de amor aquilo que faz meu coração bater forte e confiante. É sentir um perfume e o coração disparar. Não estou me referindo ao amor sedento por sexo. Me refiro ao amor mais puro que talvez algum dia possa existir na face da Terra ou até mesmo do Universo. Amor é sinônimo de segurança, de atenção. Como dizia a música : “Quando a gente ama é claro que a gente cuida, fala que me ama mas é só da boca pra fora.” Não há palaras que substitua ações. Hoje é dia do amigo e confesso não me sentir totalmente segura com nenhum ser humano. É como se eu estivesse num lugar alto querendo pular e houvessem pessoas dizendo que me segurarão após o salto. A dúvida é: E se elas não me segurarem? Eu vou cair e morrer. Melhor não arriscar. Já fui muito mais corajosa. Ou melhor, eu ainda sou muito corajosa, só acho que ultimamente tenho deixado isso de lado por estar sempre vivendo as mesmas coisas, assistindo as mesmas novelas repetidas vezes e mesmo sabendo do trágico final, eu sonho com o feliz.